terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Fofocas no ambiente de trabalho: quais os prejuízos e como evitar? - Por Beatriz Nunes Bernardi

 
A conversa é muito benéfica em momentos de descontração da empresa, para a integração entre profissionais e o networking. No entanto, dependendo da maneira em que são feitos os comentários e do assunto sobre o qual vai se vai falar, diálogo pode se tornar fofoca. Criar intrigas, propagar informações confidenciais ou que distorçam comentários de colegas e que, sobretudo, tenham o poder de gerar conflitos, é extremamente prejudicial, tanto para o colaborador que se envolve neste tipo de situação, quanto para o clima organizacional de toda uma corporação. Segundo Beatriz Nunes Bernardi, psicóloga da Mega Sistemas Corporativos, a prática da conversa de corredor, conhecida vulgarmente por “rádio peão”, pode ser um precedente para que um ambiente de tensão e de instabilidade emocional se instale, impactando negativamente no desempenho dos funcionários e fragilizando o espírito de equipe. Nesse sentido, a postura do gestor é fundamental. “É necessário debelar o problema, se ele surgir, de imediato. Existem casos extremos em que a vida pessoal e a reputação de um ou mais colaboradores ou da própria companhia são maculadas devido a fofocas infundadas”, alerta Beatriz. Estar atento em como a equipe se relaciona, certamente, pode ajudar o líder a identificar a origem de um mal-estar coletivo e, assim, reverter a situação. “É esperado que os gestores atuem de forma incisiva e inteligente em relação ao que é comentado nos corredores, acabando com situações de constrangimento e falta de comprometimento profissional de algumas partes. E a ferramenta para isso é o Feedback”, pondera. A psicóloga alerta que a área de Recursos Humanos também deve estar preparada para intervir em casos extremos. “É dever do RH zelar pelas boas relações interpessoais, promovendo um clima favorável para a conquista dos objetivos da empresa e para o crescimento profissional de toda a equipe”, finaliza Beatriz.

sábado, 25 de janeiro de 2014

É bom ser ambicioso no âmbito profissional? Por Roberto Girola

 
Em primeiro lugar cabe perguntar o que entendemos por “ser ambicioso”. Quando tachamos um colega de ser ambicioso, provavelmente estamos querendo nos referir a ele como alguém que enfrenta sua carreira de forma agressiva, disposto a subir a qualquer custo, provavelmente até puxando o tapete dos outros. Neste caso, a palavra “ambicioso” tem uma conotação negativa.
A pesar disso, não é raro que, nas entrevistas de emprego, o entrevistador pergunte ao candidato se ele é ambicioso. Admitir de não ser ambicioso, nesse caso, pode resultar em um ponto a menos para ser contratado. Onde fica então a virtude da humildade? Por que as empresas preferem muitas vezes pessoas agressivas e ambiciosas e descartam os que são mais humildes e despretensiosos?
O motivo é simples, na avaliação dos que conduzem os processos de seleção, os humildes e despretensiosos geralmente tendem a ser mais passivos, fazem o que o chefe pede, ficam quietos no seu canto, mas não se preocupam em trazer melhorias para o seu trabalho, buscar novas tarefas onde possam desenvolver suas habilidades, não buscam novos desafios.
 
Afinal, é bom ou ruim ser ambicioso? Na maioria dos casos, pessoas ambiciosas são tidas como arrogantes e agressivas, mas deve ser necessariamente assim? O ambicioso pode ser humilde, ou é alguém disposto a fazer carreira a qualquer custo, mesmo que isso implique em puxar o tapete dos colegas?
 
Se consultarmos um dicionário (cf. Aurélio) o verbete ambição apresenta definições bastante diferentes:
1. Desejo veemente de alcançar aquilo que valoriza os bens materiais ou o amor-próprio (poder, glória, riqueza, posição social, etc.):
2. Desejo ardente de alcançar um objetivo de ordem superior; aspiração, anelo:
3. Aspiração relativamente ao futuro:
4. Desejo intenso.
 
Não devemos confundir ambição com agressividade desmedida, mau caráter e arrogância. Apenas a primeira definição pode levar a considerar a ambição sob uma ótica eticamente questionável. As demais definições se aproximam da maneira como a ambição pode ser vista do ponto de vista psíquico e ajudam a entender por que os entrevistadores preferem selecionar para um cargo alguém ambicioso.
Na realidade, a ambição está ligada à maneira como o nosso psiquismo encara o mundo externo, a vida, o futuro. Do ponto de vista psicológico, o que move o ambicioso é o desejo, a aspiração. Sem desejo a energia psíquica não se movimenta em direção aos objetos do mundo externo.
Eis porque quem não tem ambição tende a ser passivo e, portanto, pouco interessante do ponto de vista profissional. Quem “deseja” está vivo, atuante, é dinâmico, sai em busca da realização dos seus objetivos. Não há como negar que alguém assim é mais interessante para uma empresa do que alguém apático, parado, que não sabe quais são seus objetivos.
Longe de ser uma desvantagem, a ambição pode ajudar bastante no mundo do trabalho, desde que não leve a ser agressivo com os outros e a faltar com a ética profissional.