quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Presidente do conselho da Bayer deixa cargo em meio a disputas sobre Roundup


O presidente do conselho de administração da Bayer, Werner Wenning, um dos arquitetos da aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões e que deixou a companhia alemã envolvida em custosas disputas judiciais, deixará o cargo em abril. As ações da Bayer perderam cerca de um quarto do valor desde agosto de 2018, quando a companhia perdeu a primeira ação sob alegações de que o agrotóxico Roundup, da Monsanto, causa câncer. "Nós tivemos avanços e continuamos tendo progresso ao lidar com as questões legais nos EUA. É por isso que agora é um bom momento para entregar o cargo a meu sucessor", disse Wenning, de 73 anos, em um comunicado nesta quarta-feira. O Roundup é um produto elaborado à base de glifosato, um polêmico princípio ativo de herbicidas alvo de milhares de ações que correm atualmente nos tribunais dos EUA. Norbert Winkeljohann, que foi chefe da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers na Europa até junho de 2018 e é membro do conselho supervisor da Bayer desde 2018, sucederá Wenning após a assembleia anual de acionistas em 28 de abril, acrescentou a companhia. Wenning, cujo mandato iria até 2022, disse que originalmente pretendia deixar a posição no ano passado, após ter atingido a idade limite recomendada para o cargo, de 72 anos, mas houve pedidos para que continuasse.

Coronavírus afeta produção de mel da China, maior produtora mundial


Os apicultores da China, a maior produtora mundial de mel, estão se preparando para um início de temporada de polinização difícil, já que as restrições de viagens adotadas para conter um surto de coronavírus os prenderão em casa e deixarão suas abelhas sem alimento durante semanas. Jue, um apicultor de Xinjiang, no noroeste chinês, disse que não dorme há dias por estar preocupado com suas cerca de 300 colméias, guardadas em caixas de madeira a aproximadamente 320 quilômetros de onde ele foi confinado. "Estou muito nervoso. Se todas as minhas abelhas morrerem, perderei a renda do ano inteiro", disse o apicultor nômade de 55 anos. O sofrimento é compartilhado por muitos. As abelhas que perderem a fase de florescimento das plantas por causa das limitações provocadas pelo vírus, somadas às abelhas em número cada vez menor, podem ameaçar o sustento dos 300 mil apicultores do país, além da produção de mel e das colheitas que dependem destes insetos para a polinização. Admitindo perdas decorrentes das medidas contra o vírus, a Associação de Ciência Apicultural da China exortou os apicultores a contatarem autoridades locais se precisarem se deslocar ou combinar viagens para alimentar as colméias. "Vocês não devem tirar a própria vida, aconteça o que acontecer", disse a entidade depois que Liu Decheng, um apicultor da província de Yunnan, no sudoeste, se enforcou recentemente. Mas a perspectiva para a produção é desoladora neste ano. Normalmente, Jue estaria cuidando de suas colônias de abelhas agora para prepará-las para polinizar damascos em Turpan em março, antes de elas iniciarem uma jornada em busca de flores que começa nos pomares de peras de Korla, a segunda maior cidade de Xinjiang, na primavera e segue a Ruoqiang para coletar néctar das famosas datas vermelhas de maio. Mas ele disse que desta vez está três semanas "devastadoras" atrasado. Pequim pediu a governos locais que minimizem os transtornos no transporte de ração animal e de rebanhos, e mencionou especificamente as abelhas – mas a implantação está sendo lenta devido à severidade do surto. O vírus semelhante à gripe pode ser transmitido de pessoa a pessoa, já infectou cerca de 80 mil pessoas e matou mais de 2.700, a grande maioria na China.

Estados Unidos reabrem mercado para a carne bovina in natura do Brasil


A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou nesta sexta-feira (21) que os Estados Unidos decidiram reabrir mercado para a carne bovina in natura produzida pelo Brasil. As vendas deste produto estavam suspensas desde junho de 2017. "Hoje recebemos com muita satisfação uma notícia esperada há muito tempo: a reabertura do mercado de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos", disse a ministra Tereza Cristina em postagem em uma rede social. O governo dos Estados Unidos confirmou a informação. Segundo o Serviço de Inspeção e Segurança de Alimentos (FSIS, na sigla em inglês), o Brasil cumpriu os requisitos para a reabertura de mercado. De acordo com o governo brasileiro, os frigoríficos poderão enviar o produto derivado de animais abatidos a partir desta sexta. Antes da primeira remessa, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério (Dipoa) deve enviar uma lista atualizada de estabelecimentos certificados.

Mercado de ações da Europa opera em queda pelo 6º dia seguido


Os mercados europeus caíam novamente nesta quinta-feira (27), com as ações de viagens sofrendo o maior impacto, após um salto nos casos de coronavírus fora da China aprofundar os temores de uma pandemia iminente que poderia afetar o crescimento global. Às 8h02 (horário de Brasília), o índice FTSEEurofirst 300 caía 2,05%, a 1.545 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdia 2,2%, a 396 pontos, sexto dia de queda em sete, caminhando para seu maior declínio semanal desde maio de 2011. Aumentando as preocupações, o dia era marcado por alertas sobre lucro de empresas blue-chips (mais negociadas em bolsa). O Standard Chartered caía 3,7% depois que o banco disse que uma meta importante de lucro levará mais tempo para ser alcançada, já que a epidemia está agravando os obstáculos em seus principais mercados na China e em Hong Kong. A Anheuser-Busch InBev despencava 8% depois que a maior fabricante de cerveja do mundo reduziu a meta de crescimento para 2020, em parte devido ao surto. "As incertezas quanto à desaceleração macro global pelo surto de coronavírus nos forçam a uma alocação prudente", disse Angelo Meda, diretor de ações do Banor SIM. Na China, as bolsas fecharam em leve alta, com um menor número de mortes devido ao coronavírus e após o governo sinalizar mais suporte para a economia doméstica. No Japão, índice Nikkei fechou em queda de 2,13% e, em Seul, o índice KOSPI perdeu 1,05%. Veja as cotações das principais bolsas nesta manhã: Em LONDRES, o índice Financial Times recuava 1,71%, a 6.922 pontos. Em FRANKFURT, o índice DAX caía 2,11%, a 12.505 pontos. Em PARIS, o índice CAC-40 perdia 1,93%, a 5.574 pontos. Em MILÃO, o índice Ftse/Mib tinha desvalorização de 1,78%, a 23.005 pontos. Em MADRI, o índice Ibex-35 registrava baixa de 1,53%, a 9.174 pontos. Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizava-se 1,54%, a 5.031 pontos.

Preços do petróleo caem pelo 5° dia, para menor nível em um ano


Os preços do petróleo caíam cerca de 2% nesta quinta-feira (27), no quinto dia consecutivo de perdas, para o menor nível desde janeiro de 2019, à medida que uma alta nos casos de coronavírus fora da China disparou temores de uma pandemia que poderia desacelerar a economia global e impactar a demanda pela commodity. O petróleo Brent recuava 1,17 dólar, ou 2,19%, a US$ 52,26 por barril, às 8h24 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 1,12 dólar, ou 2,3%, a US$ 47,61 por barril. Pela primeira vez desde que o surto de coronavírus surgiu na China, o número de infecções fora do país excedeu o número de casos chineses. O presidente norte-americano Donald Trump tentou acalmar os Estados Unidos na quarta-feira, ao afirmar que o risco pelo coronavírus segue "muito baixo", mas os mercados de ações asiáticos caíram na manhã desta quinta-feira. "O impacto negativo nos preços deve se intensificar se o coronavírus for declarado uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde, algo que parece iminente", disse Tamas Varga, analista da PVM Oil Associates. "O sentimento (do mercado) é sombrio e o fim do túnel não está à vista-- não há luz à frente, apenas escuridão. Nem um relatório semanal novo positivo nos EUA foi capaz de apoiar os preços." Os estoques de gasolina nos EUA caíram em 2,7 milhões de barris na semana até 21 de fevereiro, para 256,4 milhões, segundo a Administração de Informação de Energia (AIE), com uma queda no processamento das refinarias. Os estoques de petróleo dos EUA aumentaram em 452 mil barris, para 443,3 milhões de barris, abaixo da alta de 2 milhões de barris estimada por analistas. O mercado de petróleo agora aguarda possíveis aumentos nos cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, incluindo a Rússia, um grupo conhecido como Opep+.

Ambev registra lucro de mais de R$ 12 bilhões em 2019


A Ambev, maior fabricante de cerveja e refrigerantes da América Latina, registrou lucro líquido de R$ 12,188 bilhões em 2019, o que representa uma alta de 7,4% frente aos R$ 11,347 bilhões registrados em 2018. Já o lucro líquido ajustado, que exclui eventos extraordinários do resultado, foi de R$ 12,549 bilhões no ano passo, alta de 8,5% ante 2018, enquanto que o lucro atribuído aos controladores somou R$ 11,780 bilhões. No 4º trimestre, o lucro líquido foi de R$ 4,219 bilhões, o que representa um crescimento de 21,8% contra o mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido ajustado somou R$ 4,635 bilhões, alta de 24,4%. A receita líquida consolidada da companhia cresceu 7,9% em 2019, somando R$ 52,6 bilhões, enquanto o volume de vendas registrou alta de 2,7%. A receita líquida da operação brasileira cresceu 7,1% no ano e somou R$ 28,7 bilhões. No ano, o volume de cerveja vendido no Brasil cresceu 3,2%, alcançando 80,3 milhões de hectolitros, enquanto que a receita aumentou 5,6%. No 4º trimestre, o volume de cerveja no país subiu 1,4%, para 23,6 milhões de hectolitros, com a receita mostrando acréscimo de 1,2%. Já as vendas de bebidas não alcoólicas aumentaram 11,3% no volume no ano e 16,1% em faturamento. Já na América Central e Caribe, o volume vendido no ano teve crescimento de 5,3%. "No ano, as marcas premium do portfólio (Stella Artois, Budweiser, Corona e Becks) cresceram dois dígitos, desempenho que faz da Ambev a líder absoluta do segmento no país", destacou a empresa.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Mercado financeiro reduz previsão de inflação para 2020 e vê alta menor do PIB


Os analistas do mercado financeiro baixaram a estimativa de inflação para este ano e também passaram a estimar um crescimento menor da economia brasileira. As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Banco Central (BC). Os dados constam de um levantamento feito na semana passada com mais de 100 instituições financeiras. De acordo com o boletim, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,22% para 3,20%. Foi a oitava queda consecutiva do indicador. A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%. A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic). No ano passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016. Para 2021, o mercado financeiro manteve a estimativa de inflação em 3,75%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Grupo 3corações adquire dona da marca Café Brasileiro por R$ 210 milhões


O Grupo 3corações, líder no segmento de café no Brasil, anunciou nesta segunda-feira aquisição por R$ 210 milhões da divisão de café torrado e moído da Mitsui Alimentos, subsidiária da companhia japonesa que detém marcas como Café Brasileiro, .br Gold (especial), 3 Fazendas, entre outras. O acordo com a Mitsui inclui ainda a linha de solúveis, achocolatados, cápsulas e drip coffee, duas fábricas de café torrado e moído, em Araçariguama (SP) e Cuiabá (MT), além de um centro de distribuição em Campo Grande (MS). A compra faz parte do plano de expansão da 3corações no Brasil, com foco agora no Centro-Oeste do país, "fortalecendo sua liderança na região". "Essa é a maior aquisição já realizada pelo Grupo 3corações e é um importante passo para a consolidação da nossa posição no segmento de café torrado e moído, principalmente na região Centro-Oeste e no estado de São Paulo", disse o presidente do Grupo 3corações, Pedro Lima, em nota. O negócio de exportação de café verde da Mitsui Alimentos permanece sob o guarda-chuva da Mitsui & Co., acrescentou a companhia.

Lucro das Lojas Americanas cresce 62% no quarto trimestre


A Lojas Americanas teve lucro líquido de R$ 398 milhões no quarto trimestre, avanço de 62% sobre o desempenho de um ano antes, com vendas maiores e avanço das operações de comércio eletrônico do grupo. Incluindo efeitos de créditos fiscais não recorrentes, o lucro da empresa somou quase R$ 600 milhões nos três últimos meses do ano passado, mais que dobrando sobre os 245,5 milhões registrados no quarto trimestre de 2018. A companhia, controladora do grupo de varejo online B2W, teve crescimento de 9,2% na receita líquida, para R$ 6,46 bilhões, entre outubro e dezembro, concluindo um ano em que inaugurou um recorde de 230 lojas no país. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,3 bilhão de reais, crescimento de 16,2% na comparação anual. Analistas, em média, esperavam lucro líquido de 439,6 milhões para a Lojas Americanas no trimestre e um Ebitda de R$ 1,1 bilhão, segundo dados da Refinitiv. Também nesta quinta-feira (20), a B2W divulgou seu balanço, mostrando queda no prejuízo do trimestre passado sobre o ano anterior, para R$ 22,3 milhões, e expansão de cerca de 31% na receita bruta de vendas (GMV). As despesas com vendas, gerais e administrativas da Lojas Americanas em 2019 subiram 6,8%, mas recuaram 0,4 ponto como percentual da receita líquida. Já o resultado financeiro líquido negativo do grupo em 2019 foi 2,5% menor, para uma despesa de R$ 1,52 bilhão.

Lucro do Carrefour Brasil cresce 7,6% no quarto trimestre de 2019


O Carrefour Brasil teve lucro líquido de R$ 735 milhões no quarto trimestre, aumento 7,6% ante igual período de 2018, desempenho apoiado em aumento de vendas e controle de despesas nas operações de atacarejo e de supermercados do grupo. A companhia divulgou crescimento de 16,5% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, para R$ 1,465 bilhão, e a margem subiu de 8,8% para 9,1%. O resultado foi divulgado um dia depois que o principal rival, GPA, publicou seus números trimestrais, mostrando queda de 71% no lucro do período. A divisão Atacadão, principal geradora de receitas do Carrefour Brasil, teve expansão de 10,7% nas vendas líquidas no trimestre, enquanto as vendas da divisão de supermercados, chamada de Carrefour Varejo, tiveram aumento de 12,8%. Enquanto isso, as despesas com vendas, gerais e administrativas avançaram 4,7% no Atacadão e 4,1% no Carrefour Varejo, informou o grupo no balanço. O Carrefour afirmou que as vendas mesmas lojas do Atacadão nos três últimos meses do ano passado subiram 5,5% sobre um ano antes e as da divisão de supermercados saltaram 12,7%, excluindo combustível e comércio eletrônico. A empresa afirmou que o Atacadão cumpriu meta de abrir 20 lojas em 2019 no país, atingindo 186 pontos de venda, com oito inaugurações no quarto trimestre. "A concentração de aberturas de lojas no último trimestre do ano deverá exercer um efeito positivo em nossas vendas mesmas lojas no futuro, com a maturação dessas lojas", afirmou a empresa no balanço.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Morgan Stanley comprará corretora E*Trade Financial por US$ 13 bilhões


O Morgan Stanley anunciou nesta quinta-feira (20) que comprará a corretora de baixo custo E*Trade Financial em uma transação de ações de cerca de US$ 13 bilhões de dólares (quase R$ 45 bilhões), o maior negócio do banco de Wall Street desde a crise financeira. O acordo ajudará o Morgan Stanley a impulsionar seus negócios de gestão de patrimônio, uma unidade que o presidente-executivo James Gorman está tentando construir para isolar o banco de períodos fracos nas unidades de negociação de ativos e de banco de investimento. O Morgan Stanley receberá mais de 5,2 milhões de contas de clientes da E*Trade e US$ 360 bilhões em ativos de clientes de varejo como parte do acordo. O presidente-executivo da corretora, Mike Pizzi, continuará a administrar os negócios após a transação. "O E*Trade representa uma extraordinária oportunidade de crescimento para os negócios de gestão de patrimônico", disse Gorman. O E*Trade tornou-se popular há quase duas décadas, exibindo comerciais que criticavam assessores financeiros por altas taxas. Seu crescimento de receita foi atingido nos últimos anos com o surgimento dos chamados roboadvisers, pela quedas nas comissões e taxas de juros mais baixas. Os acionistas do E*Trade receberão 1,0432 ação do Morgan Stanley por cada ação que possuem, como parte do acordo. Isso equivale a US$ 58,74 por ação - um prêmio de 30,7% acima do preço do último fechamento das ações do E*Trade.

Grupo Pão de Açúcar vê potencial venda de ativos não essenciais após forte queda no lucro


O Grupo Pão de Açúcar vê potencial parar mais de três bilhões de reais em ativos não essenciais nos próximos meses, disse nesta quinta-feira (20) o vice-presidente de finanças, após resultados trimestrais aquém do esperado derrubarem as ações da varejista. "Estamos olhando e temos bastante oportunidade de monetizar ativos, umas de curto prazo, outras de médio prazo", afirmou Christophe José Hidalgo em teleconferência com analistas e investidores para comentar o balanço do quarto trimestre. Hidalgo citou ativos imobiliários, postos de gasolina e até mesmo operações na Argentina ou no Uruguai como possíveis alvos. Perto das 14h45, as ações do GPA caíam 7,36%, enquanto o Ibovespa recuava 1,43%. O grupo varejista GPA, dono das bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Assaí, divulgou na quarta-feira que teve tem lucro líquido consolidado de R$ 98 milhões no quarto trimestre, queda de 71,4% ante mesma etapa de 2018. Os comentários surgem também no momento de consolidação no varejo alimentar brasileiro, com maior concorrência com redes regionais e competidores maiores, como o Carrefour Brasil. No último domingo, o Carrefour Brasil anunciou acordo para comprar 30 lojas e 14 postos de gasolina da varejista Makro, de propriedade da holandesa SHV Holdings, por R$ 1,95 bilhão, num esforço para impulsionar a unidade de atacarejo Atacadão. O GPA também quer acelerar sua própria divisão de atacarejo em 2020, com 20 novas lojas e 10 conversões de hipermercados Extra para Assaí, segundo o presidente do Assaí, Belmiro Gomes. O resultado do 4º trimestre do GPA veio abaixo da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 327,6 milhões de reais. Já a performance operacional do grupo medida pelo lucro antes de impostos, juros, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, somou 1,06 bilhão de reais entre outubro e dezembro, queda de 15,9% ano a ano, mas praticamente em linha com a previsão média de analistas, de 1,03 bilhão de reais. A receita líquida do GPA, que concluiu em dezembro a compra do colombiano Grupo Éxito, cresceu 23,6% no trimestre, sobre um ano antes, a R$ 17,3 bilhões. Na outra ponta, as despesas com vendas, gerais e administrativas avançaram 18,5%, para 2,43 bilhões de reais. A companhia afirmou no relatório de resultados que planeja continuar a acelerar expansão orgânica da rede Assaí, do chamado atacarejo, com a abertura de aproximadamente 60 novas lojas da marca nos próximos três anos, e estuda a conversão de cerca de 20 lojas Extra Hiper para Assaí. O GPA também definiu meta de atingir faturamento bruto de R$ 50 bilhões para essa linha de negócios em 2022. Em 2019, a receita bruta foi de R$ 30,3 bilhões. O GPA também planeja abrir, reformar ou converter de 20 a 24 lojas na Colômbia, 4 a 6 no Uruguai e 2 a 3 na Argentina, tudo em 2020.

Banco do Brasil libera R$ 15 bilhões para o pré-custeio da safra 2020-2021


O Banco do Brasil disponibilizou R$ 15 bilhões para a compra antecipada de insumos agrícolas, através do pré-custeio da safra 2020-2021, uma linha de crédito voltada ao produtor rural que deseja se preparar para a formação da lavoura. O valor é 47% maior do que o contratado pelos produtores rurais na última safra, quando o banco liberou cerca de R$ 10 bilhões para a linha. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (20) pelo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. Ele disse que a medida permite maior flexibilidade no planejamento dos agricultores. “Os recursos do pré-custeio possibilitam aos nossos clientes adquirirem os seus insumos de forma antecipada, com melhores condições de compra, o que permite aumentar a rentabilidade dos negócios. Permite também começar já a movimentar mais a economia, principalmente, a economia do campo”, afirmou. Os produtores que desejam financiar lavouras de soja, milho, algodão, café, arroz, e cana-de-açúcar podem solicitar a linha de pré-custeio a partir desta quinta. As operações podem ser contratadas com recursos controlados, com taxas a partir de 6% ao ano; e não controlados (Letra de Crédito Agrícola - LCA), com taxas a partir de 6,1% ao ano. Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, cabe ao produtor rural analisar qual dos recursos ofertados é melhor para o seu negócio. "O produtor tem a opção de fazer a conta, ele põe o juro e vê o tamanho da diferença que terá para essas compras antecipadas, ele pode ganhar muito com isso" afirmou.