A Repsol Sinopec Brasil considerou pouco atraentes os termos de um mega leilão de áreas no pré-sal que o governo brasileiro realizará na próxima semana, o que deixou a companhia de fora do grupo de 14 petroleiras habilitadas a fazer propostas no certame que oferecerá excedentes da chamada cessão onerosa, disse o principal executivo da companhia no país na terça-feira (30).
Questionado nos bastidores do congresso internacional OTC Brasil 2019 sobre se os bônus de assinatura fixados para o leilão eram muito caros, o CEO da Repsol Sinopec Brasil, Mariano Ferrari, disse: "Nós não estamos participando, o que deve responder sua pergunta."
O leilão, agendado para 6 de novembro, terá uma cobrança de bônus de assinatura no total de US$ 106,5 bilhões se consideradas todas áreas ofertadas. A vai ofertar os excedentes (volumes superiores aos 5 bilhões de barris que a Petrobras tem o direito de produzir nesses locais) de quatro áreas do pré-sal da Bacia de Santos: Búzios, Itapu, Atapu e Sépia.
As áreas do leilão representam o mais próximo de uma aposta certeira no mundo da produção de petróleo offshore, uma vez que a Petrobras já realizou trabalhos significativos de exploração.
Como resultado, já se sabe que as áreas possuem bilhões de barris de petróleo, o que reduz o chamado risco exploratório. Esse argumento tem sido usado pelo governo para a cobrança dos pesados bônus, além de uma parcela da produção futura, o que reduz as margens de lucro e tem afastado algumas empresas.
Mas a Repsol Sinopec, uma joint venture entre a espanhola Repsol e o grupo chinês Sinopec, deve participar em um outro leilão, no dia 7 de novembro, no qual o governo espera levantar US$ 7,85 bilhões em bônus de assinatura.
Mais cedo na terça-feira, Miguel Pereira, CEO da Galp Energia, unidade da portuguesa Petrogal, disse que os termos do leilão dos excedentes da cessão onerosa tornaram "bastante difícil" a participação da empresa.
O acordo da chamada "cessão onerosa" foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos, sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões. De lá para cá, no entanto, descobriu-se que a reserva é bem maior - um excedente estimado em até 15 bilhões de barris adicionais. É a exploração desse excedente que será leiloada.
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quarta-feira, 30 de outubro de 2019
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