quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

EUA e China devem assinar fase um de acordo comercial no início de janeiro, diz secretário do Tesouro


O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou nesta quinta-feira (19) estar "muito confiante" de que os EUA e a China assinarão a chamada fase um do pacto comercial no início de janeiro. Segundo ele, o texto do acordo foi totalmente concluído e está passando por uma "enxugada" técnica. Mnuchin, falando na CNBC, disse que o acordo comercial já havia sido colocado no papel e traduzido e que não está sujeito a nenhuma renegociação, segundo a Reuters. Na última sexta-feira, China e Estados Unidos concordaram sobre a primeira fase de negociações comerciais entre os dois. Com isso, os dois países suspenderam a aplicação de novas tarifas sobre importações que deveriam ter entrado em vigor no último domingo (15). Na ocasião, em pronunciamento à imprensa, o vice-ministro de comércio chinês, Wang Shouwen, afirmou que os EUA concordaram em reduzir gradativamente as tarifas adicionais impostas aos produtos chineses. A China, por sua vez, deve ampliar a proteção aos interesses empresariais estrangeiros em seu território. O país também se comprometeu a incrementar a importação de energia e produtos agrícolas (incluindo trigo e milho) e farmacêuticos, além de serviços financeiros dos EUA. O país asiático não informou os valores e volumes dessas compras. Segundo o representante de comércio dos EUA, Robert Lighthizer, no entanto, a China concordou em comprar US$ 32 bilhões de dólares em produtos agrícolas adicionais ao longo de dois anos. Alguns analistas duvidam que a China possa conseguir um aumento tão dramático nas compras agrícolas. Por exemplo, a demanda por soja – importante produto dos EUA usado para alimentação animal – está em queda devido à febre suína africana no país. Isso também torna improvável um grande aumento de compras de milho, disseram eles. Em uma rede social, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os dois países concordaram com uma "grande primeira fase" do acordo. Embora tenham sido suspensas as tarifas que entrariam em vigor neste domingo, as já existentes de 25% "continuarão como estão", afirmou Trump. Essas tarifas são aplicadas a cerca de US$ 250 bilhões em produtos chineses. Outros cerca de US$ 120 bilhões serão taxados a 7,5%. Segundo Trump, a China concordou com "muitas mudanças estruturais" e "compras maciças" de produtos dos EUA. "Vamos começar as negociações da segunda fase imediatamente, em vez de esperar até depois das eleições de 2020", afirmou o presidente norte-americano.

Fusão de Fiat Chrysler e Peugeot forma o maior grupo do Brasil em vendas com 20,5% do mercado


Fiat Chrysler (FCA) e Peugeot Citroën (PSA) anunciaram a sua esperada fusão, o que criou o 4º maior grupo automotivo do mundo. O processo de união levará meses e muitas questões ainda estão sem reposta, mas, no Brasil, o novo grupo já é o líder de vendas com mais de 20,5% do mercado de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões). Ao somar os emplacamentos de Fiat, Jeep, RAM, Peugeot, Citroën, o conglomerado obteve 494.725 unidades emplacadas entre janeiro e novembro de 2019, de acordo com números da associação das concessionárias, a Fenabrave. Ao analisar somente a FCA, a montadora já estava na liderança do setor, com 18,8% do mercado, mas com a adição do portfólio da PSA, a vantagem sobre GM e Volkswagem fica ainda maior. As fabricantes ainda não deram detalhes de como a fusão vai impactar as operações brasileiras, e a PSA afirmou que ainda não é possível prever efeitos no mercado brasileiro, reforçando que o prazo para concluir a fusão é de até 15 meses. A Fiat Chrysler tem duas fábricas no país, uma em Betim (MG) – a maior do Brasil – e outra em Goiana (PE). A PSA produz carros em Porto Real (RJ). Para o economista Antonio Jorge Martins, especialista em gestão estratégica de empresas automotivas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a união das empresas é uma maneira de buscar competitividade. "Não imagino que tenham demissões, ao menos no primeiro momento. A ideia é maximizar a produção atual", apontou Martins. No comunicado conjunto de FCA e PSA, sobre as operações globais, as empresa afirmaram que não são considerados fechamentos de fábricas. No anúncio global da fusão, o executivo-chefe da Peugeot, Carlos Tavares, ressaltou a importância de utilizar os pontos fortes de cada uma das empresas "É melhor estarmos juntos do que como duas empresas sozinhas, para enfrentar os desafios que temos à frente", disse. Tavares afirmou que FCA e PSA são "complementares" e se beneficiarão pela força de cada uma em diferentes mercados. Enquanto a FCA utilizará da forte presença da PSA na Europa, a PSA buscará oportunidades pela sólida posição da FCA nos Estados Unidos e América Latina.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Bovespa opera em alta e supera 113 mil pontos pela 1ª vez


O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta nesta segunda-feira (16), com o Ibovespa superando os 113 mil pontos pela primeira vez, com os investidores ainda absorvendo a consolidação de um acordo comercial preliminar entre os Estados Unidos e a China. Às 13h57, o Ibovespa subia 0,48%, aos 113.100 pontos. Na máxima até o momento chegou aos 113.196– nova máxima intradia. Veja mais cotações. Na sexta-feira, a bolsa fechou em alta de 0,33%, aos 112.564 pontos, renovando máxima de fechamento. Na semana, acumulou alta de 1,24%. No ano, o avanço é de 28,01%. Em nota a clientes, a XP Investimentos destacou que o otimismo é ajudado por esperanças de que o acordo comercial parcial anunciado na sexta-feira entre China e EUA diminua um dos principais riscos para as economias globais. No domingo, a China suspendeu tarifas adicionais sobre alguns bens norte-americanos previstas para vigorar em 15 de dezembro, enquanto o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, disse que o acordo de fase 1 entre os dois países está concluído, restando apenas traduções e revisões de texto. Ainda no exterior, os desempenhos da indústria e do varejo da China superaram as expectativas em novembro, com a produção industrial crescendo 6,2% sobre o ano anterior e as vendas no varejo avançando 8,0% na mesma base de comparação. "Em dia de vencimento de opções, o mercado reflete o bom ambiente externo e sem nenhum pauta política relevante", acrescentou a Elite Investimentos, em nota a clientes. Do noticiário doméstico, pesquisa Focus do Banco Central mostrou melhora marginal nas previsões de economistas para o crescimento do PIB este ano – de 1,10% a 1,12% – e em 2020 – de 2,24% para 2,25%.

Governo brasileiro estudará até 2022 como abrir mercado livre de energia a consumidor residencial


O governo decidiu determinar a realização até o início de 2022 de estudos sobre a ampliação para todos consumidores do chamado mercado livre de eletricidade, no qual grandes clientes podem negociar o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras, ao invés de serem atendidos compulsoriamente por concessionárias de distribuição. Os estudos sobre medidas necessárias à abertura deverão ser apresentados até o final de janeiro de 2022 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), segundo portaria do Ministério de Minas e Energia no Diário Oficial da União desta segunda-feira. A medida ainda define que haverá redução gradual, a partir de 2021, de requisitos para que empresas passem a operar com maior flexibilidade no mercado livre de eletricidade. Pelas regras atuais, podem atuar no mercado livre apenas consumidores com carga de energia a partir de 0,5 megawatt, mas esses clientes são conhecidos como "consumidores especiais" e só podem comprar energia de fontes renováveis, conhecida como "energia incentivada". Os consumidores deixam a categoria "especial" e podem negociar com maior liberdade no mercado livre elétrico quando possuem carga acima de 2,5 megawatts, um patamar que já estava previsto para cair a 2 megawatts a partir de janeiro de 2020. Pela portaria publicada nesta segunda-feira, ficam previstos novos cortes futuros no patamar mínimo de carga para que um consumidor livre deixe de ser considerado "especial". O cronograma prevê adoção de patamar mínimo de 1,5 megawatt a partir de janeiro de 2021. Haverá nova redução a partir de janeiro de 2022, para patamares a partir de 1 megawatt, e outra a partir de janeiro de 2022, para cargas a partir de 0,5 megawatt. A proposta resultante desses trabalhos deverá prever um cronograma de abertura com início a partir de janeiro de 2024, de acordo com a medida do Ministério de Minas e Energia. A proposta de redução de limites para operação no mercado livre havia sido colocada em consulta pública pela pasta em agosto. Atualmente, operam no mercado livre elétrico principalmente indústrias e empresas com grande demanda, incluindo redes de shoppings, supermercados e hotéis, por exemplo. A aprovação de novos limites para o mercado, no entanto, pode levar a um rápido crescimento de seus volumes. A consultoria especializada PSR apontou em outubro que uma abertura poderia levar o mercado livre a inverter a atual proporção e responder por mais de 50% da demanda já em meados da próxima década.

Preços do petróleo sobem perto de máxima de 3 meses após acordo comercial EUA-China


Os contratos futuros do petróleo operavam perto de máximas de três meses nesta segunda-feira (16), apoiados pelo anúncio na semana passada de que um acordo comercial "fase um" foi alcançado entre Estados Unidos e China. O petróleo Brent subia 0,18 dólar, ou 0,28%, a US$ 65,4 por barril, às 9h40 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos era negociado estável, a US$ 60,07. Os Estados Unidos e a China anunciaram na sexta-feira um acordo de "fase um" que reduzirá algumas tarifas dos EUA em troca do que as autoridades norte-americanas disseram que seria um grande salto nas compras chinesas de produtos agrícolas e outros bens dos EUA. "O que o mercado precisa agora, porém, é de clareza sobre exatamente o que o acordo implica", disseram analistas da ING Economics. "Quanto mais tivermos que esperar por esses detalhes, maior a probabilidade de os participantes do mercado começarem a questionar o quão bom é o acordo." O acordo de sexta-feira evitou tarifas adicionais sobre mercadorias chinesas no total de 160 bilhões de dólares que os Estados Unidos deveriam impor no fim de semana. O representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse no domingo que o acordo quase dobrará as exportações dos EUA para a China nos próximos dois anos e foi "totalmente concluído", apesar da necessidade de tradução e revisão do texto. "Parece que o mercado agora precificou totalmente o acordo comercial da primeira fase, portanto, precisaremos de mais notícias se quisermos superar a importante resistência (técnica) que está à frente", disse Michael McCarthy, estrategista-chefe de mercado na CMC Markets.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Setor de serviços cresce 0,8% em outubro e tem 2ª alta seguida, diz IBGE


O volume do setor de serviços cresceu 0,8% outubro, na comparação com setembro, segundo divulgou nesta quinta-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com outubro do ano passado, a alta foi de 2,7%. Trata-se da segunda alta seguida e o 6º resultado mensal positivo no ano. Foi também o melhor resultado para meses de outubro desde 2012, quando houve alta de 1%. Das 27 unidades da federação, 22 registraram alta em outubro, na comparação com setembro, com destaque para Rio de Janeiro (2%), São Paulo (0,5%) e Santa Catarina (3,7%). Já as maiores quedas ocorreram em Roraima (-7,9%), Acre (-4,5%) e Tocantins (-1,9%). No ano, o setor passou a acumular avanço de 0,8%. No acumulado em 12 meses, o setor mostrou ganho de ritmo, ao passar de uma alta de 0,7% em setembro para 0,8% em outubro, mas ainda segue abaixo do nível registrado em julho, quando acumulava alta de 0,9%. Segundo o IBGE, o setor de serviços assinala um crescimento acumulado de 3% entre julho e outubro deste ano, revertendo a perda de 1,8% observada no período entre janeiro e junho de 2019 e avançando 1,2% frente ao patamar de dezembro de 2018. Segundo o pesquisador, essa é a primeira vez em que se percebe um movimento mais claro de recuperação do setor. “Entre março de 2017 e meados deste ano, o que a gente observava era que o setor de serviços oscilava entre perda e ganho [crescia em um mês, caía no outro]. Agora, podemos dizer que nesses últimos quatro meses ele recuperou 3 anos e 3 meses”, disse.