quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Produção de etanol do Brasil bate recorde anual meses antes do fim da safra


A produção de etanol de cana e milho do centro-sul do Brasil registrou um novo recorde na temporada 2019/20, meses antes do final oficial do ciclo, em março, com usinas ampliando a produção em detrimento do açúcar, informou nesta terça-feira (10) a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). Colaboraram para o recorde uma moagem de 5% maior no acumulado da safra até o final de novembro, para 575,3 milhões de toneladas, além de um crescimento da produção de etanol de milho, destacou a Unica. No acumulado da safra 2019/2020, as usinas da região centro-sul fabricaram 31,72 bilhões de litros de etanol, sendo 30,83 bilhões de litros do biocombustível de cana e 889,75 milhões de litros feitos a partir do milho. Na safra passada (o recorde anterior), a produção total de etanol de cana na temporada somou 30,16 bilhões de litros, e a de milho, de uma indústria em ascensão, 791,4 milhões de litros. Ainda que atualmente já não exista muita cana disponível nos campos, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, disse que até o final de dezembro a moagem pode alcançar 580 milhões de toneladas. "Mas o resultado da atual temporada depende do volume a ser processado entre janeiro e março de 2020", destacou ele. Até 1º de dezembro, 196 unidades haviam encerrado suas atividades na temporada atual, contra 137 até a mesma data de 2018. Para dezembro, a expectativa da Unica é de que 67 unidades finalizem suas operações: 42 na primeira quinzena e 15 usinas na última quinzena do mês.

Após contrato com a Vans, Arezzo quer se tornar uma 'casa de marcas'


Depois de assinar contrato com a VF Corporation para representar a Vans no Brasil, a Arezzo & Co. enxerga oportunidade para trazer novas marcas à companhia, disse Aline Penna, diretora de relações com investidores, em evento com acionistas. Segundo Penna, entre as prioridades após a assinatura de contrato envolvendo Vans está a reposição automática dos produtos. A executiva comentou que na Arezzo & Co. existe espaço para abrigar marcas sustentáveis e produtos com mais design. O contrato com a VF tem duração de cinco anos, a partir de janeiro de 2020, podendo ser estendido por mais dois anos. Mas a diretora de relações com investidores comentou que normalmente os relacionamentos da controladora com as representantes costumam durar mais tempo, cerca de 20 anos. Em outubro, Alexandre Birman, presidente da companhia, disse ao Valor que a partir de 2020 serão abertas duas lojas-conceito da marca, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. A intenção é anunciar também um modelo de franquias. Uma das estratégias é levar a marca Vans para as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste a partir de 2020. Segundo Maíra Anastassakis, diretora da Vans no Brasil, a marca “não vende muito” nestas regiões. Em janeiro do próximo ano, a companhia será responsável pela operação da Vans. Durante evento para investidores, Maíra afirmou que o processo de integração das empresas já está em andamento. Os funcionários estão sendo treinados e o levantamento do estoque está em andamento. “Temos oportunidade para crescer no ‘e-commerce’, que representa 13% das vendas deste negócio”, disse a diretora. As lojas físicas têm receita equivalente a 60% de um ponto de venda da marca Arezzo, sendo que uma fatia de 70% das vendas da Vans está concentrada em produtos clássicos do portfólio. A VF Corporation tem meta de ampliar suas vendas globais de US$ 3 bilhões, em 2018, para montante de US$ 5 bilhões em 2023. “A contribuição da operação brasileira será importante nesta meta”, disse Penna. As vendas da Vans no país movimentam cerca de R$ 200 milhões ao ano.

Ações da petroleira saudita Aramco sobem 10% no primeiro dia de cotação em bolsa


As ações da petroleira saudita Aramco dispararam 10% nesta quarta-feira (11), o máximo diário permitido, o que eleva a avaliação da empresa a US$ 1,88 trilhão, na maior Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da história. As ações subiram 3,2 riais (US$ 0,85) nos primeiros segundos de cotação e alcançaram 35,2 riais (US$ 9,4), o transforma a Aramco na empresa cotada em Bolsa mais valiosa do mundo. A entrada na Bolsa da Aramco deve tornar o Tadawul, o índice de referência da Bolsa da Arábia Saudita, em um dos 10 principais do mundo. Nos primeiros segundos de cotação foram disponibilizadas ao mercado 16 milhões de ações. A Aramco levantou um recorde de 25,6 bilhões de dólares com seu IPO na semana passada, após anos de esforços do príncipe Bin Salman para abrir a companhia para investidores e obter recursos para ajudar a diversificar a economia saudita para além do petróleo. A empresa descartou ofertas em Nova York e Londres após estrangeiros criticarem a avaliação e levantarem dúvidas sobre a transparência corporativa. Ao invés disso, a empresa focou no mercado de Riad, para investidores sauditas e abastados aliados do Golfo Pérsico. A petroleira é a empresa mais lucrativa do mundo, com dividendos (remuneração aos acionistas) planejados de US$ 75 bilhões no próximo ano, mais de cinco vezes o da Apple. A negociação das ações é uma aposta diante da perspectiva de que a demanda global por petróleo desacelere a partir de 2025, devido a medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o aumento do uso de veículos elétricos. O IPO envolve risco político, já que o governo saudita, que depende da Aramco para a maior parte de seu financiamento, continuará a controlar a empresa.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Brasil e Paraguai fecham acordo automotivo em cúpula do Mercosul


Brasil e Paraguai fecharam nesta quinta-feira (5) um acordo automotivo para liberar o comércio de veículos e autopeças entre os dois países. O processo foi concretizado no último dia da cúpula do Mercosul, em Bento Gonçalves (RS). Um acordo do mesmo tipo foi assinado em junho com a Argentina e já existe um anterior a esse com o Uruguai. O processo com o Paraguai foi acertado em meio à forte queda nas compras de veículos brasileiros pela Argentina, principal mercado do setor para o Brasil. "Nós defendemos mais acordos, com mais países, porque isso aumenta a competitividade de exportação da indústria, e também de importação. O mercado paraguaio é pequeno, mas é benéfico para conseguirmos mais negócios", disse Luiz Carlos Moraes, presidente da associação das montadoras, a Anfavea, ao G1.

Indicador da FGV que mede tendência de emprego atinge maior nível desde abril


O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) subiu em novembro para o nível mais alto em sete meses, sugerindo recuperação gradual do mercado de trabalho, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (10) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, teve alta de 2,6 pontos em relação ao mês anterior, indo a 88,4 pontos, maior nível desde abril, quando tocou os 92,5 pontos. Na média móvel trimestral, o indicador aumentou 0,5 ponto em relação ao mês anterior, e por isso a FGV destacou que o avanço não significa recuperação total do mercado de trabalho brasileiro. "A virtual estabilidade do indicador em médias móveis trimestrais, pelo segundo mês consecutivo, reforça o cenário de dificuldades de avanços mais expressivos do mercado de trabalho, sugerindo continuidade da recuperação em ritmo gradual", disse em nota o economista Rodolpho Tobler. Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD), que capta a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, apresentou alta de 3,1 pontos em novembro, para 96,1 pontos. O comportamento do ICD é semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto menor o número, melhor o resultado. “Depois de cinco meses, o ICD voltou a ficar acima dos 95 pontos. O patamar elevado do indicador e a piora observada em novembro sugerem que ainda há um longo caminho para reduções em ritmo mais forte da taxa de desemprego”, completou Tobler em nota. A quantidade de pessoas que trabalham por conta própria e sem carteira assinada no Brasil renovou o recorde histórico de acordo com dados do IBGE, ajudando a baixar a taxa de desemprego para o menor nível do ano no trimestre encerrado em outubro, de 11,6%.

Proibição da OMC de tarifas para comércio digital é prorrogada até junho de 2020


Os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) concordaram nesta terça-feira (10) em renovar por seis meses uma moratória de 20 anos sobre a fixação de tarifas no comércio digital, aliviando temores de que as pessoas teriam que pagar impostos sobre e-books e softwares pela primeira vez. A moratória do comércio digital, estimada em 225 bilhões de dólares por ano, está em vigor desde 1998, mas deveria expirar em dezembro e exigia unanimidade na OMC para renovação. "Os membros concordam em manter a prática atual de não impor taxas alfandegárias às transmissões eletrônicas até a 12ª Conferência Ministerial", afirmou a decisão do Conselho Geral, referindo-se a uma reunião da OMC no Cazaquistão que vai acontecer em junho. A decisão foi tomada depois de negociações que foram até tarde da noite na segunda-feira, disseram duas autoridades comerciais. John Denton, secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional, comemorou a decisão e disse que ela indica "o valor contínuo da OMC como um fórum para a formulação de políticas comerciais multilaterais", depois que os membros não conseguiram resolver uma crise em seu principal tribunal na segunda-feira.