terça-feira, 3 de março de 2020

Exportação de soja do Brasil em fevereiro é a maior desde julho de 2019, diz governo


A exportação de soja em fevereiro somou 5,12 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo da registrada no mesmo mês do ano passado (5,27 milhões), mas configurando o maior volume embarcado desde julho de 2019 (7,4 milhões), de acordo com dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira (2). As vendas aceleradas em fevereiro foram registradas em meio à colheita de uma safra brasileira estimada em um recorde de 123,25 milhões de toneladas e após exportações relativamente fracas em janeiro, de 1,5 milhão de toneladas, quando o volume colhido da nova temporada ainda era baixo. O atraso na colheita da temporada atual, após um plantio mais tardio, acabou transferindo muitos embarques antes programados para janeiro, o que ajudou a impulsionar as exportações do mês passado, observou a analista Andrea Cordeiro. "Muitas compras já estavam programadas para janeiro, mas com o atraso da safra foram empurradas para fevereiro... Mesmo com um ritmo inferior se comparado a fevereiro de 2019, os lineups mostraram aumento de navios ao largo", disse Andrea. Desde o início de fevereiro, a programação de navios nos portos apontava para uma intensa atividade. Chuvas, contudo, limitaram as movimentações. A analista ainda ressaltou que, se o mercado antecipava o cenário de desaceleração nos embarques de soja para a China baseado apenas na celebração do acordo comercial de Fase 1 entre chineses e norte-americanos, no começo do ano, isso não se confirmou na prática. "Os negócios entre os países realmente deram uma estagnada e muito devido ao feriado lunar (na China) combinado com o quadro de coronavírus, mas essa foi uma tendência generalizada, e não apenas para o agro e com o Brasil", explicou Andrea, ressaltando que os embarques de fevereiro são de negócios feitos anteriormente. Ela antecipa que em março as exportações do Brasil deverão seguir firmes, enquanto o Brasil demonstra competitividade em meio a uma grande safra e um dólar forte. "Vale a pena destacar que esse atraso também empurra uma parte dos compromissos previstos de fevereiro para o mês de março, e essa será a razão de vermos em março um crescimento maior nos lineup... e, se as condições climáticas permitirem, um fluxo intenso de embarques nos portos brasileiros." Os embarques do mês passado foram fortes apesar de fevereiro de 2020 ter tido 18 dias úteis, enquanto no ano passado foram 20, e em janeiro, 22.

segunda-feira, 2 de março de 2020

Petrobras anuncia troca no comando da Transpetro


A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (2) que o Conselho de Administração da Transpetro elegeu Cristiane Elia de Marsillac para ocupar o cargo de presidente da empresa, em substituição a Antonio Rubens Silva Silvino, no cargo desde 2015. Cristiane Marsillac era CEO da Mercosul Line até janeiro deste ano. A companhia também elegeu Gustavo Santos Raposo para o cargo de diretor Financeiro.

Balança comercial tem superávit de US$ 3 bilhões em fevereiro


A balança comercial registrou superávit de US$ 3,096 bilhões em fevereiro, informou nesta segunda-feira (2) o Ministério da Economia. O superávit é registrado quando as exportações superam as importações. Quando o país compra mais de fora do que vende, ele registra déficit em sua balança comercial. No mesmo mês do ano passado, o saldo da balança ficou superavitário em US$ 3,116 bilhões. Já em janeiro, a balança havia registrado resultado negativo de US$ 1,735 bilhão. Somente na última semana do mês de fevereiro, o superávit registrado foi de US$ 2,032 bilhões. De acordo com o governo federal, as exportações somaram US$ 16,355 bilhões em fevereiro e, as importações, US$ 13,259 bilhões. Na comparação com fevereiro do ano passado, as exportações tiveram crescimento de 15,5%. Já as importações registraram crescimento de 16,7%.

Hypera Pharma compra portfólio de medicamentos da Takeda por US$ 825 milhões


A Hypera Pharma (antiga Hypermarcas) fechou acordo com a Takeda Pharmaceutical International para a aquisição de portfólio de 18 medicamentos isentos de prescrição (OTC) e de prescrição na América Latina por US$ 825 milhões (cerca de R$ 4 bilhões), segundo anunciou a companhia brasileira nesta segunda-feira (2). O portfólio inclui produtos em áreas terapêuticas como cardiologia, diabetes, endocrinologia, gastrenterologia, sistema respiratório e clínica geral, além de marcas como Neosaldina e Dramin. O conjunto de medicamentos teve receita líquida de cerca de R$ 900 milhões -- 83% no Brasil e 15% no México--, em 2019, segundo a Hypera. "Quando concluído, esse passo transformador representará a maior aquisição da história da Hypera Pharma e está em linha com o seu já reconhecido foco estratégico de expansão de market share e investimento em marcas líderes com alto potencial de crescimento", afirmou a companhia no comunicado. A Hypera disse que já assegurou com bancos linhas de crédito de R$ 3,5 bilhões para financiar a transação e afirmou que a conclusão da aquisição deve ocorrer até o final deste ano, sujeita a determinadas condições, incluindo aprovação dos órgãos antitruste e dos acionistas. A aprovação da transação não dará aos acionistas o direito de retirada da companhia. O acordo ainda prevê a fabricação e fornecimento em conexão com a transação, por meio do qual a Takeda continuará a fornecer produtos à Hypera, que também fortalecerá seu time de vendas e marketing com uma equipe de aproximadamente 300 pessoas que será transferida da Takeda quando do fechamento do negócio. Com a conclusão da transação e a recente aquisição da marca Buscopan, a Hypera Pharma disse que passará a ser a maior empresa farmacêutica do Brasil, com 9% de participação de mercado, e a líder absoluta em OTC, com participação de mercado de aproximadamente 20%, de acordo com o IQVIA. Já fazem parte do portfólio da empresa os medicamentos Benegrip, Engov, Doril, Epcler, Coristina e Estomazil. A companhia também afirmou que a transação permitirá que ela continue a expandir seu portfólio de marcas líderes com faturamento anual acima de R$ 100 milhões e a fortalecer sua posição em segmentos estratégicos do mercado.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Presidente do conselho da Bayer deixa cargo em meio a disputas sobre Roundup


O presidente do conselho de administração da Bayer, Werner Wenning, um dos arquitetos da aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões e que deixou a companhia alemã envolvida em custosas disputas judiciais, deixará o cargo em abril. As ações da Bayer perderam cerca de um quarto do valor desde agosto de 2018, quando a companhia perdeu a primeira ação sob alegações de que o agrotóxico Roundup, da Monsanto, causa câncer. "Nós tivemos avanços e continuamos tendo progresso ao lidar com as questões legais nos EUA. É por isso que agora é um bom momento para entregar o cargo a meu sucessor", disse Wenning, de 73 anos, em um comunicado nesta quarta-feira. O Roundup é um produto elaborado à base de glifosato, um polêmico princípio ativo de herbicidas alvo de milhares de ações que correm atualmente nos tribunais dos EUA. Norbert Winkeljohann, que foi chefe da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers na Europa até junho de 2018 e é membro do conselho supervisor da Bayer desde 2018, sucederá Wenning após a assembleia anual de acionistas em 28 de abril, acrescentou a companhia. Wenning, cujo mandato iria até 2022, disse que originalmente pretendia deixar a posição no ano passado, após ter atingido a idade limite recomendada para o cargo, de 72 anos, mas houve pedidos para que continuasse.

Coronavírus afeta produção de mel da China, maior produtora mundial


Os apicultores da China, a maior produtora mundial de mel, estão se preparando para um início de temporada de polinização difícil, já que as restrições de viagens adotadas para conter um surto de coronavírus os prenderão em casa e deixarão suas abelhas sem alimento durante semanas. Jue, um apicultor de Xinjiang, no noroeste chinês, disse que não dorme há dias por estar preocupado com suas cerca de 300 colméias, guardadas em caixas de madeira a aproximadamente 320 quilômetros de onde ele foi confinado. "Estou muito nervoso. Se todas as minhas abelhas morrerem, perderei a renda do ano inteiro", disse o apicultor nômade de 55 anos. O sofrimento é compartilhado por muitos. As abelhas que perderem a fase de florescimento das plantas por causa das limitações provocadas pelo vírus, somadas às abelhas em número cada vez menor, podem ameaçar o sustento dos 300 mil apicultores do país, além da produção de mel e das colheitas que dependem destes insetos para a polinização. Admitindo perdas decorrentes das medidas contra o vírus, a Associação de Ciência Apicultural da China exortou os apicultores a contatarem autoridades locais se precisarem se deslocar ou combinar viagens para alimentar as colméias. "Vocês não devem tirar a própria vida, aconteça o que acontecer", disse a entidade depois que Liu Decheng, um apicultor da província de Yunnan, no sudoeste, se enforcou recentemente. Mas a perspectiva para a produção é desoladora neste ano. Normalmente, Jue estaria cuidando de suas colônias de abelhas agora para prepará-las para polinizar damascos em Turpan em março, antes de elas iniciarem uma jornada em busca de flores que começa nos pomares de peras de Korla, a segunda maior cidade de Xinjiang, na primavera e segue a Ruoqiang para coletar néctar das famosas datas vermelhas de maio. Mas ele disse que desta vez está três semanas "devastadoras" atrasado. Pequim pediu a governos locais que minimizem os transtornos no transporte de ração animal e de rebanhos, e mencionou especificamente as abelhas – mas a implantação está sendo lenta devido à severidade do surto. O vírus semelhante à gripe pode ser transmitido de pessoa a pessoa, já infectou cerca de 80 mil pessoas e matou mais de 2.700, a grande maioria na China.