terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Petrobras vai hibernar fábrica de fertilizantes no Paraná e demitirá 396 empregados


A Petrobras anunciou nesta terça-feira (14) a "hibernação" da fábrica de fertilizantes de sua subsidiária Araucária Nitrogenados (ANSA) no Paraná. A decisão resultará na demissão de 396 empregados da unidade. A decisão sobre a hibernação da unidade, que consiste na interrupção da produção no local, vem após o encerramento das tentativas de venda do ativo por mais de 2 anos, disse a estatal em comunicado. "A ANSA vem apresentando recorrentes prejuízos desde que foi adquirida em 2013. De janeiro a setembro de 2019, a empresa gerou um prejuízo de cerca de R$ 250 milhões e a projeção para 2020 é de prejuízo superior a R$ 400 milhões. No contexto atual de mercado, a matéria-prima utilizada na fábrica (resíduo asfáltico) está mais cara do que seus produtos finais (amônia e ureia)", informou a Petrobras, em comunicado. Segundo a Petrobras, a decisão está de acordo com o posicionamento estratégico de sair integralmente do negócio de fertilizantes. "A fábrica permanecerá hibernada em condições que garantam total segurança operacional e ambiental, além da integridade dos equipamentos", acrescentou. No início de 2018, a Petrobras decidiu hibernar também duas deficitárias fábricas de fertilizantes no Sergipe (Fafen-SE) e na Bahia (Fafen-BA). A Petrobras informou que desligará os 396 empregados da unidade, considerando que a fábrica a ser hibernada é o único ativo da ANSA. "Eles receberão, além das verbas rescisórias legais, um pacote adicional composto de valor monetário entre R$ 50 mil e R$ 200 mil, proporcional à remuneração e ao tempo trabalhado; manutenção de plano médico e odontológico, benefício farmácia e auxílio educacional por até 24 meses, além de uma assessoria especializada de recolocação profissional", informou a empresa.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

‘Existe uma apreensão’, diz ministra da Agricultura sobre impacto na exportação devido à crise entre Irã e Estados Unidos


A ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esteve nesta quinta-feira (9) em Patos de Minas (MG) para visitar empresas de agronegócios e inaugurar uma rodovia que liga a BR-365 ao setor industrial da cidade. O município do Alto Paranaíba é conhecido pela produção de milho e, diante disso, a ministra comentou sobre o impacto da crise entre Irã e Estados Unidos, já que o país é o maior exportador do Brasil desse tipo de grãos. “É claro que existe uma apreensão da agricultura brasileira porque nós somos os maiores exportadores de milho para o Irã. Na nossa balança comercial, se você pegar lá R$ 2 bilhões do que se exporta, R$ 1 bilhão é do Irã e muito provém das exportações de milho”, disse. Ela também afirmou que o Brasil é contra terrorismo e não se pode misturar mercado e agricultura com assuntos de defesa Nacional. “O Brasil é um grande celeiro. A gente espera que isso tudo se acomode o mais rápido possível e que a agricultura brasileira possa continuar a produzir e contribuir para o abastecimento interno e mundial”.

Preços de alimentos no mundo crescem para máxima de 5 anos em dezembro, diz FAO


Os preços mundiais de alimentos subiram pelo terceiro mês consecutivo, atingindo uma alta de cinco anos em dezembro, informou a agência de alimentos da Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira (9). A alta foi impulsionada por fortes aumentos de óleos vegetais, açúcar e laticínios, além da recuperação dos preços dos cereais, de acordo com a Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO). O índice de preços dos alimentos , que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, saltou para o ponto mais alto desde dezembro de 2014, com média de 181,7 pontos, alta de 2,5% em relação ao mês anterior. No ano, o índice alcançou uma média de 171,5 pontos, 1,8% a mais que em 2018, mas abaixo do pico de 230 pontos atingido em 2011. O índice de preços dos cereais subiu 1,4%, para uma média de 164,3 pontos, liderado pelos preços mais altos do trigo, com maior demanda da China e problemas logísticos após as greves na França. Os preços do arroz mudaram pouco. Os preços do óleo vegetal subiram fortemente, com o índice subindo 9,4%, para 164,7 pontos em dezembro. Os preços do óleo de palma subiram pelo quinto mês consecutivo, impulsionados pela demanda por biodiesel, enquanto os valores de soja, girassol e óleo de colza também aumentaram. O índice de preços dos laticínios atingiu a média de 198,9 pontos em dezembro, um aumento de 3,3% em relação aos preços mais elevados de queijo e leite em pó desnatado, que superaram os menores valores de manteiga e leite em pó integral. O índice de preços do açúcar subiu 4,8%, para 190,3 pontos, impulsionado pela crescente demanda por etanol causada pelo aumento dos preços do petróleo. Por outro lado, os preços da carne permaneceram praticamente inalterados em relação a novembro, com o índice de preços da carne em 191,6 pontos, com os preços mais altos da carne suína e ovina equilibrados pela queda nos preços da carne bovina.

Inflação oficial fecha 2019 em 4,31% e fica acima do centro da meta


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2019 em 4,31%, ultrapassando o centro da meta para o ano, que era de 4,25%. Em 2018, o índice ficou em 3,75%. Trata-se da maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10). Em dezembro, o IPCA acelerou para 1,15%, após ter registrado taxa de 0,51% em novembro, segundo divulgou nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior resultado para um mês de dezembro desde 2002, quando o IPCA ficou em 2,10%. O resultado ficou acima do esperado pelo mercado. Os analistas das instituições financeiras previam uma inflação de 4,13% em 2019, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Apesar de ter ficado acima do centro da meta, a inflação oficial ficou dentro do limite de variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Pela meta estabelecida, a inflação poderia ficar entre 2,75% e 5,75%.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

EUA e China devem assinar fase um de acordo comercial no início de janeiro, diz secretário do Tesouro


O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou nesta quinta-feira (19) estar "muito confiante" de que os EUA e a China assinarão a chamada fase um do pacto comercial no início de janeiro. Segundo ele, o texto do acordo foi totalmente concluído e está passando por uma "enxugada" técnica. Mnuchin, falando na CNBC, disse que o acordo comercial já havia sido colocado no papel e traduzido e que não está sujeito a nenhuma renegociação, segundo a Reuters. Na última sexta-feira, China e Estados Unidos concordaram sobre a primeira fase de negociações comerciais entre os dois. Com isso, os dois países suspenderam a aplicação de novas tarifas sobre importações que deveriam ter entrado em vigor no último domingo (15). Na ocasião, em pronunciamento à imprensa, o vice-ministro de comércio chinês, Wang Shouwen, afirmou que os EUA concordaram em reduzir gradativamente as tarifas adicionais impostas aos produtos chineses. A China, por sua vez, deve ampliar a proteção aos interesses empresariais estrangeiros em seu território. O país também se comprometeu a incrementar a importação de energia e produtos agrícolas (incluindo trigo e milho) e farmacêuticos, além de serviços financeiros dos EUA. O país asiático não informou os valores e volumes dessas compras. Segundo o representante de comércio dos EUA, Robert Lighthizer, no entanto, a China concordou em comprar US$ 32 bilhões de dólares em produtos agrícolas adicionais ao longo de dois anos. Alguns analistas duvidam que a China possa conseguir um aumento tão dramático nas compras agrícolas. Por exemplo, a demanda por soja – importante produto dos EUA usado para alimentação animal – está em queda devido à febre suína africana no país. Isso também torna improvável um grande aumento de compras de milho, disseram eles. Em uma rede social, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os dois países concordaram com uma "grande primeira fase" do acordo. Embora tenham sido suspensas as tarifas que entrariam em vigor neste domingo, as já existentes de 25% "continuarão como estão", afirmou Trump. Essas tarifas são aplicadas a cerca de US$ 250 bilhões em produtos chineses. Outros cerca de US$ 120 bilhões serão taxados a 7,5%. Segundo Trump, a China concordou com "muitas mudanças estruturais" e "compras maciças" de produtos dos EUA. "Vamos começar as negociações da segunda fase imediatamente, em vez de esperar até depois das eleições de 2020", afirmou o presidente norte-americano.

Fusão de Fiat Chrysler e Peugeot forma o maior grupo do Brasil em vendas com 20,5% do mercado


Fiat Chrysler (FCA) e Peugeot Citroën (PSA) anunciaram a sua esperada fusão, o que criou o 4º maior grupo automotivo do mundo. O processo de união levará meses e muitas questões ainda estão sem reposta, mas, no Brasil, o novo grupo já é o líder de vendas com mais de 20,5% do mercado de automóveis e comerciais leves (picapes e furgões). Ao somar os emplacamentos de Fiat, Jeep, RAM, Peugeot, Citroën, o conglomerado obteve 494.725 unidades emplacadas entre janeiro e novembro de 2019, de acordo com números da associação das concessionárias, a Fenabrave. Ao analisar somente a FCA, a montadora já estava na liderança do setor, com 18,8% do mercado, mas com a adição do portfólio da PSA, a vantagem sobre GM e Volkswagem fica ainda maior. As fabricantes ainda não deram detalhes de como a fusão vai impactar as operações brasileiras, e a PSA afirmou que ainda não é possível prever efeitos no mercado brasileiro, reforçando que o prazo para concluir a fusão é de até 15 meses. A Fiat Chrysler tem duas fábricas no país, uma em Betim (MG) – a maior do Brasil – e outra em Goiana (PE). A PSA produz carros em Porto Real (RJ). Para o economista Antonio Jorge Martins, especialista em gestão estratégica de empresas automotivas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a união das empresas é uma maneira de buscar competitividade. "Não imagino que tenham demissões, ao menos no primeiro momento. A ideia é maximizar a produção atual", apontou Martins. No comunicado conjunto de FCA e PSA, sobre as operações globais, as empresa afirmaram que não são considerados fechamentos de fábricas. No anúncio global da fusão, o executivo-chefe da Peugeot, Carlos Tavares, ressaltou a importância de utilizar os pontos fortes de cada uma das empresas "É melhor estarmos juntos do que como duas empresas sozinhas, para enfrentar os desafios que temos à frente", disse. Tavares afirmou que FCA e PSA são "complementares" e se beneficiarão pela força de cada uma em diferentes mercados. Enquanto a FCA utilizará da forte presença da PSA na Europa, a PSA buscará oportunidades pela sólida posição da FCA nos Estados Unidos e América Latina.