quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Governo cria 'Câmara da Cerveja' para encontrar formas de aumentar a produção da bebida no país


O Ministério da Agricultura instalou nesta quarta-feira (30) a Câmara da Cerveja, um colegiado que vai debater medidas para atender as demandas do setor e ajudar a aumentar a produção da bebida no país. O setor cervejeiro brasileiro já é o terceiro maior do mundo, com mais de 1.190 empresas registradas e produção de 14 bilhões de litros por ano. A produção representa cerca de 2% do PIB (Produto Interno Bruto), com faturamento de R$ 100 bilhões por ano e geração de 2,7 milhões de empregos. Os debates da Câmara da Cerveja serão em torno dos seguintes aspectos: política agrícola, defesa agropecuária, estruturação e fomento da cadeia produtiva, pesquisa e inovação, mercados interno e externo e assuntos fundiários. A câmara será composta por representantes de toda a cadeia produtiva: Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva), a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). Para a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, uma das linhas de estudo é o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no desenvolvimento de novas cultivares de trigo, lúpulo e cevada para diversificar a produção nacional de cerveja. Tereza disse que o governo dará atenção especial aos cervejeiros artesanais. Nos Estados Unidos, as cervejarias artesanais movimentam US$ 27 bilhões por ano. No Brasil, não há dados específicos sobre a economia das empresas artesanais. A agenda estratégica traz ações para o período de 2020 a 2025. Em política agrícola, as metas são a criação de seguro para produtores de cevada que abastecem o setor cervejeiro, implantação de crédito para plantação de cevada, maltarias, lúpulos e adjuntos cervejeiros dos pequenos empreendedores, além de recursos para instalação e ampliação de pequenas e médias cervejarias. Outro assunto é a criação de linhas de financiamento para a importação de máquinas, compra de insumos e estoques. Serão debatidos também os conceitos de cerveja, produção e comercialização, com ênfase para a cerveja artesanal e caseira, assim como regulamentação da produção, concursos, rotulagem e transporte. O setor já havia contado com uma câmara setorial anterior: a Câmara da Cevada, que funcionou de 1990 a 1995. Até hoje, o Ministério tinha duas câmaras exclusivas para bebidas: a de Viticultura, Vinhos e Derivados e a da Cachaça.

Ministério da Agricultura define destino de R$ 50 milhões desbloqueados para subsídio do seguro rural


O Ministério da Agricultura divulgou nesta quarta-feira (30) a distribuição dos R$ 50 milhões que foram desbloqueados do orçamento para o subsídio ao seguro rural de produtores agropecuários. Segundo o governo, o recurso extra permitirá ajudar na contratação de aproximadamente 12 mil novas apólices. O seguro rural indeniza o produtor em caso de prejuízos por problemas climáticos ou derrubada de preços, por exemplo. Do total desbloqueado: cerca de R$ 30 milhões serão destinados para grãos (soja, milho 1ª safra, feijão, arroz); R$ 10 milhões para frutas; R$ 300 mil para pecuária; e cerca de 9,7 milhões para outras culturas (cana-de-açúcar, hortaliças, florestas e aquícola).

Apple supera previsões com lucro trimestral de US$ 13,7 bilhões


A Apple anunciou nesta quarta-feira (30) lucros superiores aos esperados durante o último trimestre, impulsionados pelo crescimento dos serviços digitais e dispositivos portáteis, que ajudaram a compensar as vendas mais lentas de seu smartphone, o iPhone. O lucro líquido caiu 3% em relação ao último trimestre, a US$ 13,69 bilhões, e recuou 7%, a US$ 55,26 bilhões em relação aos mesmos meses do ano passado. O lucro por ação ajustado, referência na América do Norte, ficou em US$ 3,03 frente aos US$ 2,84 antecipados pelos analistas. A companhia americana aproveitou o aumento das receitas geradas por suas atividades de serviços, que alcançaram os US$ 12,51 bilhões, 18% a mais do que no mesmo período de 2018. Esse número é positivo para a empresa, que quer lançar seu novo serviço de streaming, a Apple TV +, neste final de semana. As vendas trimestrais do iPhone, cujo último modelo foi lançado no mercado em setembro, geraram US$ 33,36 bilhões, 9,3% a menos do que no ano passado, mas um valor superior ao antecipado pelos analistas. O diretor-executivo da companhia, Tim Cook, informou que o volume de negócios no último trimestre (US$ 64,04 bilhões) foi o melhor já conseguido pela Apple.

Gol tem prejuízo de R$ 171,1 milhões no terceiro trimestre


A companhia aérea Gol teve prejuízo de R$ 171,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 60,5% em relação a mesmo período do ano passado. No 2º trimestre, a empresa havia reportado prejuízo de R$ 120 milhões. O resultado refere-se aos ganhos atribuído aos acionistas, antes de participação minoritária. Já o resultado após a participação minoritária também ficou negativo, em R$ 242 milhões. Nesse caso entram as despesas não recorrentes. No entanto, o prejuízo de julho a setembro foi 54,6% menor em relação a 2018 (R$ 533,5 milhões). Apesar do resultado negativo, a receita líquida aumentou 28,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, para o recorde trimestral de R$ 3,7 bilhões, devido principalmente ao aumento de 29,5% na receita de passageiros, de 5,7% nas receitas com transportes de cargas e de 7,2% nas receitas do programa de fidelidade. A Gol ainda informou que cortou sua projeção de margem de lucro antes de juros e impostos (Ebit) de 2019 para 17% ante 18%, mantendo em 19% a estimativa para 2020. O número de passageiros transportados por quilômetro voado aumentou 12,8%, totalizando 11,1 bilhões no terceiro trimestre, enquanto o crescimento em assento por quilômetro ofertado (ASK) foi 7,6%, impulsionado pelo aumento do número de passageiros. De julho a setembro, a empresa transportou mais de 9,8 milhões de clientes, um crescimento de 13% comparado com o mesmo período do ano anterior, resultando em um market share doméstico de 38%, segundo dados da ANAC, no mercado doméstico brasileiro. A taxa de ocupação média foi de 82,9%, aumento de 3,8 pontos percentuais em relação ao 3º trimestre de 2018. Houve aumento tanto no número de assentos ofertados (7,8%) quanto na quantidade de decolagens (7,3%). O valor médio pago por passageiro por quilômetro voado subiu 14,8% (de R$ 27,44 no 3º trimestre de 2018 para R$ 31,50 neste ano), resultando em receita por assento por quilômetro voado líquido de R$ 26,12 centavos, aumento de 20,4% em comparação ao ano passado.

Bradesco vai fechar 300 agências em 2020


O Bradesco, segundo maior credor do setor privado do Brasil, fechará cerca de 300 agências em 2020, como parte de um esforço para enfrentar maiores despesas operacionais que afetaram os ganhos do terceiro trimestre, disse o presidente do banco na quinta-feira (31). O Bradesco registra neste ano custos acima do esperado, ficando aquém de suas próprias metas e decepcionando investidores. Em janeiro, o banco informou que seus custos aumentariam até 4% em 2019, mas subiram 7,5% nos primeiros nove meses do ano. Isso pesou sobre as ações do Bradesco na quinta-feira, que caíam cerca de 4%, apesar de o banco ter registrado lucro líquido trimestral em linha com a projeção dos analistas, a R$ 6,5 bilhões. O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, disse a jornalistas em uma teleconferência que o banco fechará 150 agências já neste ano. O banco encerrou setembro com 4.567 agências. Lazari disse que um recente programa de demissão voluntária também ajudará a cortar custos. Ele disse que 3 mil trabalhadores já aderiram ao programa, cerca de 3% do seu quadro de funcionários. O Bradesco também vem renegociando melhores condições para contratos de fornecedores e fechado acordos em disputas trabalhistas.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Alta no preço da carne bovina no Brasil é 'inevitável' com ritmo acelerado de exportação, dizem frigoríficos


O aumento nos preços da carne bovina no Brasil é inevitável, considerando a forte demanda externa e a oferta restrita da proteína no país, disse nesta terça-feira (29) a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). De acordo com nota da entidade, o crescimento das exportações puxou a alta nos preços, com as firmes compras de China e Rússia fazendo com que a parcela dos embarques do produto ultrapassasse os tradicionais 20% da produção local. "É uma situação de mercado, que fortalece todo o setor da pecuária e sua cadeia produtiva... e que é inevitável diante da procura pelo produto brasileiro", disse o presidente-executivo da Abrafrigo, Péricles Salazar, no comunicado. O mercado de boi tem refletido a alta demanda para a exportação. Recentemente, os preços em São Paulo atingiram máximas nominais, de R$ 166,50 por arroba, superando recordes de abril de 2016, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Além de russos e chineses, que vêm realizando a habilitação de mais frigoríficos brasileiros para exportação, novos mercados ganharam espaço no setor de carnes do país, como Turquia e Indonésia. A Abrafrigo destacou que os movimentos de altas dos preços ganharam força em agosto e atingiram um ponto irreversível em outubro. "Neste espaço de tempo de três meses os preços da carne bovina evoluíram 25% e não há como deixar de repassar estas elevações ao consumidor, pelo menos enquanto a oferta de bois continuar restrita", afirmou Salazar. Ele prevê que a restrição da oferta se mantenha "por algum tempo, como consequência do aumento das exportações". No acumulado de janeiro a setembro de 2019, os embarques de carne bovina do Brasil somaram 1,2 milhão de toneladas, alta de 9,2% em relação a igual período do ano anterior, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).